sábado, 25 de dezembro de 2010

FAMÍLIAS APONTAM RESPONSÁVEIS POR VÁRIAS MORTES EM DELMIRO GOLVEIA-AL


"Juiza acoberta o líder do grupo"

Por Wadson Correa (cadaminuto.com.br)

Depois de receber várias denúncias de que uma quadrilha, formada por policiais e o irmão de um político, tem deixado parentes de vítimas assassinadas com medo de morrer, no Sertão de Alagoas, o Cadaminuto foi até Delmiro Gouveia e após três dias de apuração, descobriu que famílias inteiras têm vivido sob o signo do medo e que algumas delas chegaram a ir embora, sem informar endereço, após ameaças.

Outros familiares perderam empregos para viver trancados dentro de casa. É o caso de Vera Vicente, esposa de um mototaxista executado em setembro deste ano, em Delmiro Gouveia. Na lista da execução, estão pessoas influentes, entre elas, policiais militares e advogados.

Famílias denunciam que o principal suspeito, Robério Sátyro dos Santos, o “Robério do Fórum”, estaria sendo “acobertado” pela juíza Rachel Davi Torres de Oliveira, responsável pela Comarca de Delmiro Gouveia.

Este seria o motivo de Robério permanecer em liberdade. Em outra reportagem, publicada no CadaMinuto, a juíza negou ter algum tipo de ligação com Robério.

Com medo de morrer devido as constantes ameaças, o vigilante Antônio Mário Cavalcante, 44 anos, resolveu abrir o jogo e apontar Robério do Fórum, em vários homicídios, na região do Sertão dos estados da Bahia e Alagoas.

Todos os crimes, supostamente articulados por Robério, eram planejados, no escritório do posto de combustíveis Mandacaru, localizado no bairro da Pedra Velha.

“Eu trabalhava como vigia do posto e observava toda movimentação deles. Foi depois disso que passei a receber ameaças de morte”, explicou Antônio que complementou ainda que dois pistoleiros da quadrilha trabalhavam como segurança do posto. Gilson Negão e uma pessoa identificada por André.

De acordo com Antônio Mário, pelo menos oito execuções têm a participação de Robério, Gilson Negão, André e o irmão conhecido por Maciel, todos foragidos da justiça. Policiais informaram que o mesmo grupo tem ligação com roubo a ônibus, nas rodovias estaduais e federais da região.

Homicídios ocorridos em Delmiro

O primeiro homicídio foi praticado contra “Rodrigo vendedor de Joias”, no ano de 2005, na Rua Rio Branco, no Centro. Antônio detalhou que a vítima era funcionário do filho da juíza Rachel Torres, o Sérgio Torres.

Em 2006 foi executado ao lado do Mercado Público, no bairro Eldorado, uma pessoa identificada por, “Popó”, ex-funcionário da Casal.

2007 – O filho de Zé Costa, o Cabeludo é morto, ao lado do quiosque, Centro. “Esse crime foi presenciado por José Requebra, irmão do Guarda Municipal, Lalá”, falou Antônio.

Ainda no mesmo ano, José Requebra é assassinado como “queima de arquivo” para não desvendar o crime do Cabeludo. Em 23 de julho de 2008, José das Malhadas morre numa emboscada, quando seguia do povoado para o fórum, onde trabalhava com Robério.

2009 – O Guarda Municipal José Carlos Neves, o “Lalá” é morto quando estava a serviço. Lalá era amigo do Robério e tinha envolvimentos com tráfico de drogas.

Em 2010, um duplo homicídio é registrado contra mototaxistas em frente ao hospital Antenor Serpa. Genivaldo Vicente Pereira, o “Dodô” e José Bezerra de Queiroz, o “Cabeça”. “Esse crime aconteceu porque os dois descobriram que o assassino do Lalá tinha sido o Robério do Fórum”, contou Antônio Mário.

Enquanto entrevistamos, Antônio, a irmã, Maria de Fátima rezava o terço ouvindo os relatos.

Perguntamos a Maria se tinha medo que algo de ruim pudesse acontecer contra o irmão. “Tenho medo toda hora, minha arma se chama o terço para pedir ajuda para ele”, disse.

“Queremos justiça, eu posso morrer a qualquer momento e nada é feito. Os criminosos soltos para cima e para baixo aqui na região. Quero ajuda da 17° Vara Criminal de Maceió e peço ainda que a Corregedoria do Tribunal de Justiça investigue a juíza Rachel Torres. Ela pode pedir minha prisão, mais eu quero justiça”, concluiu Antônio.

O guarda municipal, Lalá informou a Antônio, 20 dias antes de morrer nomes de sete pessoas que podem ser mortas a qualquer momento. São eles: Cabo Victor, que trabalha no fórum de Mata Grande, Vera Vicente, Lucicréia Vicente, Advogado Raul, o ex-guarda municipal, Neulmar e o ex-policial militar Alberto, acusado de ter matado uma pessoa na cidade de Piaçabuçu.

OBS:Fonte.

Da Redação do Cada Minuto
cadaminuto.com.br

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