sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

GRUPO DE EXTERMINIO NA POLÍCIA DE GOIÁS.


PMs suspeitos de integrar grupo de extermínio são transferidos
17/02/2011 às 16h06min - Atualizada em 17/02/2011 às 16h06min


Dezessete policiais militares suspeitos de participar de um grupo de extermínio em Goiás foram transferidos na quarta-feira (16/02/2011) para a Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). Os policiais haviam sido detidos na última terça-feira (15/02/2011) na operação Sexto Mandamento, da Polícia Federal.

Outros dois policiais presos na operação permanecem na carceragem da PF, em Goiânia.

Ontem, familiares dos presos protestaram contra a transferência dos policiais suspeitos. Os parentes diziam que os presos haviam sido transformados de "mocinhos" em "bandidos" de um dia para o outro.

A Operação Sexto Mandamento envolveu nomes conhecidos em Goiás. Entre eles, está o subcomandante da Polícia Militar no Estado, o coronel Carlos Cézar Macário. Ele foi exonerado do cargo.

A Polícia Federal também investiga a participação do ex-secretário de Segurança Pública, Ernesto Roller, e do ex-secretário da Fazenda de Goiás, Jorcelino Braga, ambos do PP. Eles são suspeitos de praticar tráfico de influência. De acordo com a Polícia Federal, os dois secretários chegaram a promover alguns dos policiais após eles terem, supostamente, cometido os crimes.

A Folha conversou com os dois ex-secretários na tarde de ontem. Eles negaram as acusações. Segundo Braga, todos os pedidos de promoção que ele recebeu foram conduzidos dentro dos trâmites legais.

Já Ernesto Roller disse suspeitar que o envolvimento de seu nome nas investigações seja reflexo de uma disputa política.

INVESTIGAÇÕES

As investigações da presença de um possível grupo de extermínio em Goiás começaram há um ano. Segundo a PF, os integrantes usavam a estratégia de um "conflito" entre polícia e bandidos para justificar as mortes --muitas cometidas em horário de serviço e com o carro da PM.

Pelo menos 45 pessoas foram vítimas de policiais nos últimos 15 anos em Goiás. Destas, 28 ainda estão desaparecidas, segundo o Comitê Goiano Pelo Fim da Violência Policial.

Não há informações concretas sobre o motivo que levou aos homicídios. Parte das vítimas tinha ficha criminal --algumas por crimes leves, como furtos. Outra parte, incluindo crianças, não tinha ligação conhecida com a prática de crimes. A PF trabalha com a hipótese de queima de arquivo.

Segundo as investigações, a organização criminosa atuava há pelo menos dez anos no Estado, em municípios como Formosa, Rio Verde, Acreúna, Alvorada do Norte e Goiânia.

Os presos devem responder pela suspeita de crimes de homicídio qualificado, formação de quadrilha, tortura qualificada, falso testemunho, ocultação de cadáver, prevaricação (falta de cumprimento do dever na administração pública), fraude processual, tráfico de influência, posse ilegal de arma e ameaça a autoridades, testemunhas e jornalistas.

CFSP

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